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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

USO DO SISTEMA VETIVER NO CONTROLE DE EROSÃO

     A proteção do solo por meio de cobertura viva, utilizando resíduos orgânicos ou restos culturais são condições fundamentais para se evitar a desagregação do solo devido ao impacto das gotas de chuva e, consequentemente, o avanço do processo erosivo. Entretanto, mesmo em áreas onde esse manejo é adotado, a partir de determinada inclinação, a capacidade da cobertura do solo em dissipar a energia erosiva da enxurrada é superada, facilitando o arraste de plantas, restos culturais e de partículas do solo. 
     Para se garantir a eficiência da cobertura do solo e reduzir a ação da enxurrada é necessário compartimentar o comprimento do declive em áreas menores, seja através de barreiras físicas, como terraços e valetas, seja com barreiras vivas, como o plantio em faixas e os cordões vegetados. Dentre as plantas utilizadas para a formação de cordões vegetados, o capim Vetiver é considerado uma das mais eficientes por possuir sistema radicular profundo, chegando a até 6 metros profundidade,  alta rusticidade e adaptabilidade a variadas condições de solo e clima e sementes estéreis sob as nossas condições, o que impede que se torne uma planta invasora.
     Os cordões de capim Vetiver são capazes de auxiliar na redução do escoamento superficial, retenção de sedimentos, estabilização de terraços, valetas e bacias de captação, bordadura e paredes de voçorocas; na proteção das margens de cursos d’água e, em consórcio com outras culturas, na proteção e melhora das propriedades do solo. A aplicação do capim Vetiver para controle da erosão é uma das técnicas vegetativas que se utiliza para estabilizar encostas e taludes, fazendo o que se chama de grampeamento do solo, além de reter sedimentos arrastados pela enxurrada e reduzir a velocidade da mesma, diminuindo seu poder erosivo, porém outras técnicas devem ser associadas a esta para que o processo erosivo possa ser controlado com maior segurança. Sua aplicação é feita com a formação de cordões de vegetação permanente, que podem ser usados em nível ou em desnível, de acordo com a necessidade e a possibilidade de cada situação.
     Os cordões devem ter espaçamento entre plantas de 15 a 30 cm, para que se feche o mais rapidamente. O espaçamento entre cordões será de acordo com a sua aplicação. Para a aplicação em encostas e taludes, a escolha do espaçamento deve levar em consideração a inclinação do terreno, o tipo de solo, o índice de precipitação do local, a presença ou não de vegetação e o comprimento da rampa.  
     De forma geral, o cálculo do espaçamento entre cordões pode ser feito da mesma forma que para os terraços de base estreita. Se for feito um plantio com mudas em tubete, as covas devem ter dimensões apropriadas para que o torrão da muda possa ficar intacto. Quando o plantio for feito com mudas de raiz nua, podem ser abertas valas para o plantio; nos dois casos, a adubação deve ser feita com o uso de esterco e fontes naturais de fósforo e potássio.
                                                                                                                    
                                                                                                     (Chaves & Andrade,2013)





sexta-feira, 30 de outubro de 2015

PROSPECÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO CAPIM VETIVER NO TRATAMENTO DE EFLUENTES DE SUINOCULTURA

O estado de Santa Catarina possui o maior plantel de suínos do Brasil, sendo também o maior exportador de carne suína brasileira, tem também o maior consumo per capita do país, comportando as maiores cooperativas e agroindústrias do setor instaladas em seu território. 
O rebanho suíno ocupa uma importante fatia da atividade econômica do estado, participando com cerca de 18% de toda receita agrícola. Juntamente com toda a importância econômica ligada a atividade, temos uma importância ecológica fortíssima ligada aos dejetos provenientes da atividade. Os suínos apresentam baixa eficiência do processo digestivo, fazendo com que a suinocultura seja uma das atividades agropecuárias de maior risco ambiental. 
O estado de Santa Catarina possui a maior densidade suína do Brasil com 54,9 suínos/km², quando falamos somente da região oeste catarinense temos uma densidade de 169,1 suínos/km², em algumas sub-bacias este número pode chegar a 613 suínos/km² (Sub-bacia do Rio do Lajeado Fragosos) tornando-se uma situação preocupante do ponto de vista da segurança epidemiológica e impactos ambientais. 
O grande volume de dejetos, proliferação de bactérias e substancias poluentes, são demasiadamente preocupantes nestas áreas de alta densidade produtiva. Em estudo feito pela EPAGRI (1995 a 1998) constatou-se que 80% das águas da região estavam contaminadas por dejetos suínos. 
Há evidencias que a proliferação de insetos e emergência de linhagens de bactérias resistentes aos antibióticos estão associados aos sistemas convencionais inadequados de manejo e tratamento de dejetos. Estudos realizados em de tratamentos de esgoto sanitário através de sistemas de tratamento do tipo alagados construídos, mostram grande eficiência na remoção de nitrogênio e fósforo da água residual. Tratamentos em tanques por zona de raízes mostraram uma elevada eficiência na remoção de nutrientes, com 90,5% para fósforo total e até 93,9% do nitrogênio amoniacal. 
Em trabalho realizado por SILVA (2013) utilizando o sistema Vetiver no tratamento de efluentes líquidos de uma unidade produtiva de bovinocultura de leite, obteve resultados de redução na ordem de 95% de sólidos totais, 99% de demanda química de oxigênio (DQO), 97% demanda bioquímica de oxigênio, 93% de nitrogênio amoniacal, 88% de nitrato, 96% de nitrogênio total e 93% de fosforo. Os resultados mostram a eficiência do capim Vetiver no tratamento de dejetos provenientes de animais, consequentemente com as diminuições dos teores de nutrientes disponíveis na água, haverá a diminuição de proliferação de insetos e bactérias, que necessitam dos mesmos para proliferação. 
Todos os estudos apontam para uma eficiente redução dos parâmetros negativos causados pelo lançamento de efluentes não tratados, ou parcialmente tratados em sistemas deficitários. Através dos resultados de estudos nos mais diversos segmentos de neutralização de elementos químicos pelo sistema Vetiver, podemos afirmar que a espécie é uma alternativa promissora, viável técnica e economicamente, barateando os custos produtivos da atividade, agregando valor ecológico ao agronegócio sustentável, com um cunho ambiental muito importante, beneficiando a qualidade de vida e do meio ambiente da região.


MSc. Engenheiro Florestal  - Antônio Fernando Zimermann

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Pesquisadores utilizam Capim Vetiver para tratamento de esgoto sanitário

O programa Viver Ciência, apresentado pela TV UFG, apresenta semanalmente pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal de Goiás, buscando estabelecer uma ponte entre o mundo científico e a vida cotidiana.

Em uma de suas publicações, com a participação de mestres e doutores, o programa abordou sobre como a natureza pode apresentar soluções para grandes problemas urbanos, apontando a eficiência do Capim Vetiver no tratamento de esgoto sanitário.


Os pesquisadores explicam porque escolheram o Capim Vetiver como objeto de estudo e os desafios encontrados ao longo da pesquisa. O programa também traz uma reportagem sobre o acesso ao serviço de coleta de esgoto no Brasil, uma grave questão urbana e de saúde pública que representa um entrave ao desenvolvimento social do Brasil.


Em entrevista:  Rogério de Araújo Almeida (doutor em Agronomia e prof. da Escola de Agronomia da UFG) e Fernando Ernesto Ucker (mestre em Meio Ambiente e doutorando em Agronomia).


Confira o vídeo do programa:










                                                                                                     Fonte: TV UFG

quinta-feira, 19 de março de 2015

Técnicas de Cultivo do Capim Vetiver

O Capim Vetiver é uma planta de sementes estéreis, ou seja, que não germinam. A única forma de propagação é através do plantio de suas mudas.

O cultivo do Capim geralmente é ideal em regiões subtropicais com temperaturas em torno de 25 °C, livres de geadas, com regime de chuvas regulares ou irrigação controlada.
O Vetiver desenvolve-se bem em locais ensolarados onde possa desenvolver um bom teor de óleo essencial, em solos areno-argilosos, com boa drenagem, bem arejados e bom teor de matéria orgânica. Solos muito úmidos ou muito compactados não são adequados para a cultura.
Quando cultivado de forma ornamental, é necessário grande espaço, pois o Capim desenvolve enorme touceira. O controle de retirada de folhas secas também garante a beleza da muda. 
Como Plantar o Capim Vetiver:
  • Abrir uma cova,
  • Descompactar as laterais da cova com pazinha para propiciar bom desenvolvimento das raízes. 
  • Colocar no fundo e nas laterais a mistura de adubo animal de curral bem curtido com composto orgânico.
  • Acomodar o torrão e preencher a cavidade com a mistura, apertando de leve para firmar a muda. 
  • Regar bem a seguir. 
  • Nos próximos dias em que não chover regar e depois espaçar as regas.



Mudas por Divisão de Touceiras:

Também é possível fazer mudas de Vetiver dividindo a touceira. Sem desplantar a matriz, pode-se abrir um pouco o solo e com a pá reta cortar uma muda, levando junto um pouco das raízes. O plantio deverá ser feito conforme o recomendado acima.